Sonhos do Cacau

Teoria dos Sonhos
De acordo com Sigmund Schlomo Freud (1856-1939), os sonhos são lembranças e reais desejos guardados na sua sub-consciência que revelam-se durante o sono, consciente em seu total domínio sobre o seu pensamento - quando estamos acordados, é quem impede essas imagens de mostrarem essa realidade oculta no sub-consciente.
Carl Gustav Jung (1875-1961) alega que os sonhos possuem um papel mais abrangente, que não seriam apenas reveladores de desejos ocultos, mas sim, uma ferramenta da psique que busca o equilíbrio por meio da compensação. Jung aponta os sonhos como forças naturais que auxiliam o ser humano no processo de individualização através da averiguação das posições que o protagonista no sonho (ego) toma diante dos desafios propostos.
Muito embora Freud afirma que as situações absurdas presente em sonhos arquetípicos, Jung diz que essa é a forma própria do sub-consciente de se expressar.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Uma prova e tanto

Eu achava que estaria livre das provas de Geografia desde que passei no vestibular. Me enganei. Sonhei com uma. A prova nem tinha sido entregue e o pessoal que estava na sala dizia que a prova estava difícil. Fiquei apavorado e comecei a revisar um exercício de topografia com um amigo meu colombiano. Disseram que iria cair na prova, então já queriamos garantir uns pontos.

Passaram só cinco minutos de revisão e o professor grande, gordo, barbudo e de óculos estava entregando a prova para a sala toda. Porém, faltaram quatro provas: uma para mim; uma para o Alessandro; uma para Thaísa; uma para Gisela (pseudônimos). O Alessandro ficou muito bravo com a falta de competência do pessoal da xerox e foi tirar satisfação com o professor. Foi super grosso ele, mas veio a calhar: nos deram um pão pulman sem a casquinha da borda para dividirmos entre nós quatro enquanto esperávamos o professor voltar com as provas impressas. Só rendeu uma mordida para cada um, no final das contas.

Finalmente, o professor volta. Todavia, com apenas um papel na mão. “Tive a idéia de formular uma prova original para vocês. Uma prova que deve ser feita em grupo contendo quatro integrantes.” Desde aí eu tive certeza de que provas de Geografia são traumatizantes.

A prova tinha três questões dissertativas, sendo que, a que mais valia dentre estas, valia três pontos e cobrava conhecimentos topográficos. O exercício pedia para que traçássemos uma estrada com os caminhos desviados pelo relevo das montanhas ou, caso a montanha seja muito grande, cortá-las com a construção de túneis. Uma das outras duas questões remanescentes (valia dois pontos) pedia que descorressemos sobre o meio ambiente inteiro. Sim, era esse mesmo o enunciado: descorra sobre o meio ambiente inteiro. Já foram cinco pontos. Os outros cinco foram parar na última e maior questão.

Essa questão mais valiosa era praticamente uma paródia aos 12 trabalhos de Hércules. Nós quatro tínhamos que ir para uma mansão com um monte de salas com desafios dentro delas. O “exercício” pedia que realizássemos os 12 desafios que haviam dentro deste casarão antes que o tempo para realizarmos prova se esgotasse. Certo. A estratégia foi nos dividirmos e cada um procurar por três desafios diferentes. Matematicamente justo.

A chegada à mansão era um perfeito filme de terror: céu nubladíssimo, bem escuro, e ainda chovia forte com direito a trovões. Entramos e, logo em seguida, nos separamos para agilizar o processo. Eu saí correndo para a primeira sala com uma placa pendurada na porta escrita DESAFIO. Iria começar o meu primeiro “trampo”. O objetivo era coletar todos os Lemmings que saíssem dos buracos de rato. Ao entrar no quarto, vi que no lado de dentro da porta tinham as instruções coladas que concluiam: aperte o botão vermelho para começar. Eu apertei e nada aconteceu. Passou uns segundos eu comecei a ouvir um barulho de muitos ratos andando no lado de dentro das paredes. Era muito Lemming! Quanto cabelo verde! Deviam ser uns mil Lemmings andando em linha reta a partir das quatro paredes. Eu tinha que coletá-los com um cesto de roupa suja, todo furado. Mas, depois de muita dificuldade, deixando vários escorregaram e atravessarem os furos, consegui cumprir a primeira missão.

Ao sair da sala eu volto para o corredor com várias portas com placas DESAFIO penduradas. Abri a porta da frente do desafio dos Lemmings e me dou de cara com a Gisela se debatendo no meio de um monte de morcegos que a sobrevoavam. Mas ela conseguiu berrar para mim dizendo que esse era o desafio dela: ficar sozinha sem berrar com esses morcegos por um minuto. Está certo, Gisela. Vou te deixar a sós com eles, então. Fechei a porta e abri a porta ao lado.

Esta porta escondia o meu segundo desafio: pegar um fantasma. Pena que eu não tinha nenhum aspirador de pó para me auxiliar nessa tarefa. Já ví vídeo-aulas e controlei um simulador virtual disso, mas claro que tinha que ser diferente de tudo o que eu tinha aprendido, que nem na vida real. A sala era escura e o fantasma surgia da negritude da mesma forma que o vagalume acende a sua luz. Eu não podia perder a oportunidade de pular para cima do fantasma na hora que ele aparecesse, antes que ele sumisse novamente. O fantasma parecia o Gengar, só que este usava coleira. Eu tinha que pegá-lo pela coleira para domá-lo e cumprir o desafio. Depois de uma dúzia de tentativas, consegui. Capturei-o pela coleira. Saí da sala avançando para o próximo e último desafio.

Enfim, cheguei ao destino final, o terceiro desafio. Havia uma mesa comprida, como aquelas do rei medieval, com uma caixa de madeira com o mesmo comprimento da mesa. Era um labirinto. Tinha um queijo ali do lado. Só faltava o camundongo de laboratório. Ele é pequeno o suficiente para trafegar pelo labirinto sem maiores dificuldades. Contudo, tinha que haver uma incoerência para ser comparado a um trabalho de Hércules: o rato era um hamster gordo e burro. Eu usava o queijo como guia, mas ele também não devia nem gostar de queijo. O bicho era desobediente.

E foi dada a largada da corrida do Hamster contra o tempo! Ele andava morbidamente, para ajudar o grupo e a entrega da prova. Contudo, às vezes o bicho andava por corredores compridos e chegava em becos sem saída. Depois de ele contornar várias daquelas buscas, ele deu de cara com um corredor que dava na porta de saída que tinha um queijo maior que o da minha mão na fente. Então o hamster saiu correndo desesperado, como um gordo mórbido. Ei, é o que ele era mesmo! Porém, caiu uma jaula nele por ter corrido e eu acabei perdendo o desafio. Você, leitor, deve estar com mais pena do bicho enjaulado do que de mim, isso sim.

Após eu ter realizado os três desafios de minha cota, fui para o gigante hall da mansão esperando com a Thaísa, que foi a mais veloz do grupo, os outros terminarem também. Pouco tempo depois, Alessandro e Gisela aparecem. Acabados, voltamos para a sala e entregramos a prova. Ainda estamos o professor corrigí-la porque eu acordei depois de dá-la em suas mãos.

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